segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Enquanto isso do lado de lá...

A Iugoslávia, um país de 10 milhões de habitantes decidiu tirar suas tropas do Iraque (algo em torno de 720 combatentes). Primeiramente, como a República Socialista Federal da Iugoslávia foi se unir ao altamente anti-socialista Estados Unidos? Que país de 10 milhões de pessoas pode mandar 700 para uma guerra que não é dele? Tudo bem...
O que mais me chamou atenção nas notícias do "front" é que desde 2003 as empresas de segurança privadas estão contratando matadores para fazer segurança a empresas no Iraque e no Afeganistão. Eles já são a segunda maior tropa, perdendo somente, como já era de se esperar, para os rapazes do Tio Sam. A tropa é formada principalmente por latino-americanos, sobretudo por peruanos.

Tudo bem, vamos pegar os "socialistas do bem" e colocá-los ao nosso lado para chacinar uns caras que a gente nem sabe exatamente porque. E do outro lado, vamos contratar os "macacos assassinos" para proteger nossas casas e as sedes de nossas empresas, mesmo sem eles servirem para morar em nosso país. Mas no país dos outros, eles são ótimos para matar "os inimigos", e o melhor, ainda recebem em torno de US$ 1000 por mês para isso, enquanto os soldados americanos recebem US$ 10 mil.

E a gente ainda acha que o pior não está por vir, que tudo vai dar certo, mesmo se a gente não fizer nada... Vai achando mané...


E para mostrar um pouco mais dessa loucura, tem o Iraq Body Count, pai do Rio Body Count que contabiliza o número de mortos no Iraque e no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

O que foi feito?

O Que Foi Feito Deverá

O que foi feito, amigo,
de tudo que a gente sonhou
O que foi feito da vida,
o que foi feito do amor
Quisera encontrar aquele verso menino
Que escrevi há tantos anos atrás
Falo assim com saudade,
falo assim por saber
Se muito vale o já feito,
mas vale o que será
Mas vale o que será
E o que foi feito é preciso
conhecer para melhor prosseguir
Falo assim sem tristeza,
falo por acreditar
Que é cobrando o que fomos
que nós iremos crescer
Nós iremos crescer,
outros outubros virão
Outras manhãs, plenas de sol e de luz
Alertem todos alarmas
que o homem que eu era voltou
A tribo toda reunida,
ração dividida ao sol
E nossa Vera Cruz,
quando o descanso era luta pelo pão
E aventura sem par
Quando o cansaço era rio
e rio qualquer dava pé
E a cabeça rolava num gira-girar de amor
E até mesmo a fé não era cega nem nada
Era só nuvem no céu e raiz
Hoje essa vida só cabe
na palma da minha paixão
Devera nunca se acabe,
abelha fazendo o seu mel
No pranto que criei,
nem vá dormir como pedra e esquecer
O que foi feito de nós

O que será feito de nós se não reagirmos a vergonha que é nosso país...lembre-se nosso país.

"E aí, nós não vamos fazer nada?"

Quero parabenizar o Mestre Nizan por mais um insight de puro oportunismo. Concordo com tudo o que ele diz neste spot, fico revoltado com tal barbárie. Porém...
Sinto um enorme incômodo com o posicionamento crítico pela crítica simplesmente. Mais ou menos como 80% do que vi (e o que absorvi) da última edição da Bienal de SP 2007. Muito crítica e pouco sugestiva.
Discordo planemente que a pergunta para se iniciar este questionamento seja a que a Veja está fazendo: Nós não vamos fazer nada? A resposta imediata é não. Como sugere o inconsciente coletivo do "Hommer", o nosso homem médio, como ela mesma junto àlgumas das grandes coorporações definem e incitam.
Penso que temos que fazer alguma coisa: correntes de flores no MSN, disque-denúncias, nos trancar dentro de casa, andar armados e nos matar (pessoas de bem e de mal) antes que um FDP qualquer surja do nada e transforme nossas vidas em pesadelos, sei lá. Temos que nos questionar e nos provocar a pensar e em decorrência fazer acontecer.
Acredito muito mais na provocação: mataram uma criança inocente, saudável e feliz com requintes brutos de crueldade.O que vc vai fazer???

Sábado de Carnaval

Na Globo, belíssimas imagens do Carnaval no sambódromo .
Na filiada MultiShow, um daqueles habituais programas sexuais.
Até então tudo normal. Festa da Carne mesmo, né?
O que não se explica a olho nu é a contradição no conteúdo das mensagens.
Explico, no meio da apresentação de uma das escolas, um comentarista é interrompido pelo âncora para chamar o VT de um patrocinador de peso. O Ministério da Saúde. Entra comercial ressaltando a importância do uso da camisinha. Normal.

Zapping. Multishow, Sexcetera. Areias de Copacabana. O apresentador gringo diz que um amigo também gringo irá o guiar pelo paraíso sexual que é o Brazil, onde, segundo os produtores do programa, a prostituição é legalizada. Pasmem. Eles pronunciam esta frase de forma categórica e a escrevem em lettering com letras garrafais. Pra incrementar, imagens de boates de strip, cenas fundidas de ruas e praias onde os gringos deitam, rolam e se lambuzam com as tiazinhas.
Last channel. A profusão não pára, segue no ritmo frenético da bateria da matriz e atinge o clímax com o gran finale: uma enquete satiriza o mega patrocinador do Carnaval.

O Ministério da Saúde do Brasil:

a) Incentiva a indústria pornográfica com suas campanhas
b) Faz piada com o uso da camisinha num país onde tudo vale
c) Desconhece a real do país que deveria ministrar
d) Todas as alternativas anteriores

Tá de sacanagem, né? Não me lembro exatamente como era apresentada a enquete mas era bem por aí. E pensar que o programa certamente foi aprovado por um moderador e precisamente inserido na grade de horários. Foda demais ou sou eu que tô muito careta?
Como disse, é uma contradição a olho nu mas basta despir-se de alguns pré-conceitos e se aventurar pelos anais da história que estarão lá todas as artimanhas para coação em massa.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

O tô cansado de ser enganado clássico

A Rede Globo de Televisão convidou nove professores da faculdade de Comunicações e Artes da USP para conhecerem um pouco mais do funcionamento do Jornal Nacional no Rio de Janeiro. Eles foram escolhidos por terem dado palestras num curso de telejornalismo promovido pela emissora em conjunto com a faculdade. Um sociólogo e jornalista que é professor da faculdade foi convidado a participar deste encontro escreveu como tudo se deu em seus mínimos detalhes.

Toda a beleza e o glamour de estarem na sede da maior emissora de televisão do país caem já antes da reunião de pauta para definir o que iria ao ar no JN daquela noite. O editor chefe William Bonner mostra uma pesquisa que fala que mostra que o telespectador brasileiro tem um pouco de dificuldade de entender algumas siglas como BNDES. Na redação, esse tipo de telespectador foi apelidado de Homer Simpson, que come muito, bebe cerveja, é preguiçoso e tem raciocínio lento.
Várias vezes o editor chefe repete "Essa o Homer não vai entender" e continua limando reportagens que têm um interesse público grande, mas que teriam que ser melhor trabalhadas para serem mais facilmente compreendidas pela população em geral.

Então é isso que se resume o compromisso de informar e a responsabilidade de ser o maior jornal eletrônico do país? Escolher o que os "imbecis" do lado de lá conseguem ou não compreender independente da importância da informação? Será que é mesmo justo tratar uma nação inteira dessa maneira? Como já bem disse o Moreno, esse é o tô cansado de ser enganado Clássico. Será que é assim que o público merece ser tratado? Tô cansado de ser enganado!

Quem quiser ler o texto do professor na íntegra, deixe o e-mail aí na parte de comentários que eu envio.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Brasil despressurizado

Nosso vôo em rumo ao progresso caiu. Não acharam sobreviventes até o momento. O que fazer ? Contactar o exército, talvez. Isso se for rápido o resgate dos corpos. A saída é esquecer e comer uma pizza assistindo fantástico e suas fabulas fabulosas. O verde e amarelo nunca esteve tão desbotado em nosso varal, surrado e insultado nos quatros cantos da nossa casa. Vamos ser enganados!! Este é o nosso lema. Isso para descermos a serra em busca de mar e cerveja gelada. E o Brasil??? Onde esta nossa pátria??? Talvez perdida no oceano em direção ao ocidente em busca de trabalho honesto e tranquilidade. E agora, rapaz? E agora??? O avião esta caindo, as mascáras cairam. A despressurização aumentou, morreu, o nosso Brasil.